11/09/2024 - Repórter Diário
Por George Garcia
Obra do BRT na avenida Lauro Gomes que faz parte da segunda fase do projeto. Foto Divulgação
O projeto original do BRT (do inglês Ônibus de Trânsito Rápido) do ABC sofreu alterações, e terá mais estruturas complexas, as chamadas na construção civil de obras de arte, que são pontes, viadutos e passarelas. Mesmo com essa mudança as obras seguem o cronograma com previsão de conclusão no segundo semestre do próximo ano. Projetado para uma demanda de média capacidade, o sistema prevê transportar 173 mil pessoas por dia, porém se exigido em sua capacidade máxima poderá transportar até 600 mil passageiros com a mesma segurança.
As obras que estão em andamento no trecho 1, que inclui o terminal no Centro de São Bernardo, segue já no trecho 2 também. O único ponto que trouxe algum atraso nas obras foi a liberação das licenças ambientais, que agora já foram emitidas. Segundo o porta-voz do BRT-ABC, Flaminio Fichmann, as mudanças foram feitas para evitar a geração de congestionamentos nas vias para os carros, para garantir a velocidade média dentro da via segregada do BRT, aumento da capacidade de passageiros e redução do tempo de viagem, mas tudo isso tem um custo, de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões, a mais do que estava previsto no projeto inicial, porém sem desembolso do poder público. “Esse valor é a contrapartida da outorga para a concessão do trecho. Essas adequações vão acelerar a obra, transpondo o trânsito e vão dar fluidez ao tráfego de carros e também ao BRT”, explica.
A obra é realizada pela Next Mobilidade, a mesma que hoje opera o corredor ABD que já atende os municípios de Diadema, Santo André, São Bernardo, ligando a região à Capital em dois pontos; Jabaquara e São Mateus. O trajeto terá 18 quilômetros ao custo de R$ 950 milhões, custeado pela empresa de transporte. Quando pronto o BRT vai se interligar a três terminais: São Bernardo (Paço Municipal), Tamanduateí (Linha 2-Verde do Metrô e Linha 10 Turquesa da CPTM) e Sacomã (Linha 2-Verde do metrô e Expresso Tiradentes).
Fichmann explica que há mais de uma frente de trabalho, enquanto obras na avenida Aldino Pinotti e Lauro Gomes em São Bernardo estão em andamento, no lado de São Paulo, onde o BRT vai se encontrar com os trilhos na estação Tamanduateí, as obras também já começaram. Esse é um trecho que deve andar mais rápido porque por ali não tem nenhum viário”, diz. O porta voz também diz que há uma preocupação grande quanto as áreas sujeitas a inundação por onde o trajeto vai passar. Segundo ele a obra também se baseia em outras obras de contenção de enchentes que o governo do Estado vem fazendo. Ele se refere ao Piscinão Jaboticabal, considerado o maior reservatório de contenção de enchentes da América Latina e que fica na divisa entre São Bernardo, São Paulo e São Caetano e bem ao lado do traçado do BRT do ABC na avenida Guido Aliberti. A obra, com capacidade para armazenar 900 milhões de litros de água, deve absorver parte do excesso de volume do Córrego dos Meninos e tem previsão de entrega até o fim deste ano.
“A própria cota do BRT já prevê uma pista mais alta, porém estamos acompanhando o avanço de obras. O piscinão do Paço de São Bernardo já resolveu parte do problema e com o Jaboticabal toda a região será beneficiada e vamos usufruir de um viário novo, feito em uma região onde antes qualquer obra era inviável. A população vai ganhar um BRT com todos os ônibus elétricos, à bateria, articulados, confortáveis, com ar-condicionado e num corredor que vai ter tudo que há de mais moderno, com linha paradeira, expressa e semi-expressa”, explica Flaminio Fichmann.
O porta voz que coordena o BRT-ABC e que já participou de inúmeros projetos em outras partes do país e fora dele também, diz que as mudanças no projeto, com as pontes, viadutos e passarelas, além de ajudar no menor impacto para o trânsito durante as obras, também vão acelerar o processo e garantir maior capacidade de transporte e menor tempo de viagem. “Se espera que o trajeto se diminua de 40 para 35 minutos de São Bernardo até o Sacomã. Além disso o sistema é feito para acomodar até três vezes mais passageiros do que o previsto inicialmente com toda a segurança”.
Os ônibus serão movidos à baterias, mas em um lado da pista haverá cabeamento, para garantir a recarga das baterias e evitando também que as garagens e terminais precisem de uma grande capacidade de carga para carregar os coletivos. Serão 92 ônibus fabricados pela Eletra, montadora de ônibus elétricos sediada em São Bernardo.
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