Demanda

Transporte coletivo tem menos da metade de passageiros do que antes da pandemia em Franca, SP, diz Prefeitura


Moradores reclamam da falta de ônibus nas ruas, mas contrato com a empresa São José prevê adequação da frota com a demanda. Desde segunda-feira (17), tarifa está R$ 0,70 mais cara na cidade.

Tarifa de ônibus urbano passa a custar R$5 a partir desta segunda-feira (17) em Franca

O transporte coletivo de Franca (SP) opera com menos de 50% dos 55 mil passageiros que usavam os ônibus da cidade antes do início da pandemia de Covid-19, informou o assessor de gabinete da Prefeitura, Fernando Baldocchi.

Na segunda-feira (17), a passagem teve reajuste de 16,2%, passando de R$ 4,30 para R$ 5, o que gerou revolta entre os moradores. Uma dos principais questionamentos é sobre a falta de veículos suficientes para as necessidades da cidade.

"Eu achei muito caro. Se tivesse mais ônibus para dar assistência às pessoas, mas não tem. Se tivesse mais ônibus, a gente ficaria mais satisfeita”, disse a cozinheira Mara Rosa Soares.

Segundo Baldocchi, o contrato com a empresa São José, responsável por gerir o funcionamento dos ônibus, prevê que a frota na rua deve ser adequada à demanda. Por conta disso, são cerca de 50 coletivos no município.

“Nosso contrato atual estabelece que a quantidade de veículos operando deva acompanhar a demanda de passageiros. De maneira que no aumento de demanda essa frota tem que ser aumentada e quando há baixa ela tem que ser realinhada e adequada aos passageiros que estão se utilizando do sistema. Franca ainda não conseguiu recuperar a quantidade de passageiros que eram transportados antes da pandemia”, disse.

A empresa São José foi procurada, mas não quis se manifestar sobre as reclamações dos moradores e o novo valor da tarifa.

Tarifa de ônibus custa R$ 5 em Franca, SP. Foto Jefferson Severiano Neves/EPTV


Aumento de R$ 0,70

O assessor de gabinete reconhece que o reajuste é representativo e onera o usuário. No entanto, na visão dele, para operar com a tarifa abaixo de R$ 5 é preciso que a Administração Pública coloque recursos financeiros em forma de subsídio ou compensação tarifária, como em Ribeirão Preto (SP), mas que ainda não é feito em Franca.

“Há problemas jurídicos que envolvem a possibilidade de se construir subsídios e o prefeito ainda não tem essa decisão ou não está convencido dessa necessidade de a Administração colocar recursos no sistema de transportes”, falou.

Ele ainda explicou que o reajuste tem como consequência o tempo de quase três anos desde o último aumento e os custos de operação do sistema, além dos descontos e gratuidades, que chegam a quase 45% do total de usuários.

“Neste período, o incremento relativamente alto de todos os custos de operação de sistema, notadamente de combustíveis. E ainda, nosso sistema público em Franca tem algumas particularidades, principalmente no que diz respeito na grande proporção de gratuidades e descontos. Tudo isso provoca um desequilíbrio que infelizmente tem que ser corrigido para que o sistema de transporte continue operando”, explicou.










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