20/01/2015 - Prefeitura de São Paulo
Uma obra, de um conjunto de grandes obras de mobilidade urbana conduzidas pela São Paulo Obras, é especial.
Trata-se do corredor de ônibus Radial 1, que teve início em 2014. Além de possuir grandes dimensões, comparada com outros corredores, trata-se da implantação do primeiro túnel exclusivo para o transporte coletivo da Capital. Foi iniciado há dois meses, terá 12 quilômetros de extensão e ligará o Terminal Parque D. Pedro e a Estação Vila Matilde do Metrô, através da Av. Alcântara Machado - Radial Leste.
Projeto concebido com uso dos últimos recursos da moderna engenharia, já tem duas frentes de trabalho em plena execução, uma delas na região oeste, sob o Viaduto Nakashima, e outra na região leste do túnel, no sentido Radial Leste.
No lado oeste, muitas interferências foram encontradas ao serem iniciadas as escavações. Hoje, o trabalho nesta frente está sendo feito por concessionárias de telefonia, energia elétrica, água e gás, que estão fazendo os remanejamentos das redes e fiações subterrâneas.
Especificamente sobre as obras do corredor, os serviços agora se concentram na concretagem das paredes diafragma do túnel. A parede diafragma é um elemento de fundação, que faz no subsolo um muro vertical de concreto armado executado em lamelas, que são parte da estrutura de paredes dos túneis.
A escavação é feita utilizando máquinas denominadas Clam Shell. Na medida em que as escavações avançam, os desbarrancamentos das paredes do terreno são contidos por meio de bombeamento de polímero biodegradável, um fluído estabilizante.
“A utilização do polímero é mais uma inovação no quesito sustentabilidade utilizada pela SPObras em suas atividades. Ele substitui a lama bentonítica, que apesar de ter a mesma função, causa impactos ao meio ambiente por ser plastificante e torna o solo impermeável, alterando sua característica inicial”, explicou o engenheiro responsável pela obra Mauricio Prado, da SPObras.
Para dar ideia das dimensões, as escavações no trecho leste alcançam profundidades de 25 metros. Após a escavação são colocadas as chapas-junta nas extremidades. As chapas-junta, conhecidas como macho e fêmea, funcionam como elementos de ligação entre os trechos executados. Em seguida são colocadas as armaduras, e tem início o lançamento do concreto.
Método construtivo
O projeto prevê a construção de um túnel, com aproximadamente 700 metros de extensão, que será executado utilizando mais de um método construtivo: o método austríaco não destrutivo, NATM, será utilizado em 450 metros sob a via, seguindo até a Radial Leste.
Os duzentos metros de acesso ao túnel (para os coletivos que saem da Radial Leste e vão entrar no Terminal Pq. Dom Pedro), serão feitos com vala a céu aberto – VCA e, nas duas extremidades, serão executados 80 metros pelo método Cut and Cover, que são valas que seguirão no sentido do emboque de um túnel do Metrô, com extensão de 150m (já existente), localizado sob a Estação Pedro II daquela companhia.
Esse corredor de ônibus é importantíssimo para a cidade e para quem mora na Zonal Leste porque servirá como apoio às linhas férreas do metrô e da CPTM, hoje saturadas nos horários de pico pelo grande contingente de pessoas que usa essas linhas.
A previsão é que o corredor da Radial Leste transporte 150 mil passageiros por dia. Os ônibus que irão circular nesse corredores serão expressos, com poucas paradas, o que fará com que ganhe velocidade e eficiência.
A construção do túnel na ponta da Radial Leste com ligação ao Terminal Pq Dom Pedro terá a função de dar “vazão” aos coletivos, permitindo que passem diretamente sob a avenida, sem a necessidade de pararem nos semáforos, o que deixaria a Radial mais congestionada do que já é.
Dessa forma, esse corredor será uma linha expressa - com velocidade considerável - que levará os passageiros da Zona Leste até o centro da cidade.
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