10/10/2016 - G1 Campinas
O BRT (Bus Rapid Transit), o Rapidão, percorrerá 36 quilômetros.
Abandono das estações tem causado problemas para a população.
A Prefeitura de Campinas (SP) decidiu utilizar o antigo trajeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para colocar em prática a construção do BRT (Bus Rapid Transit), o Rapidão. As primeiras obras devem ter início em março de 2017 e a previsão é que o novo meio de transporte coletivo esteja em funcionamento em 2020.
O Rapidão terá 36 quilômetros de linha que irão beneficiar principalmente duas regiões, o Campo Grande e o Ouro Verde, em ligação com o centro da cidade. Para construir os corredores do BRT será preciso desapropriar as áreas da cidade que juntas somam 61 mil metros quadrados.
Pelos estudos da prefeitura, a velocidade média do Rapidão deve ser de 28 quilômetros por hora. Nos corredores já existentes, a velocidade chega a 22 quilômetros por hora e no centro não passa de 11 quilômetros por hora.
O projeto foi dividido em quatro lotes, cada um deles vai ser feito por empresas e consórcios independentes. O valor total dos investimentos para a obra é de R$ 451 milhões e, segundo o secretário de transportes, Carlos José Barreiro, parte deste dinheiro a prefeitura já conseguiu.
“Nós já tínhamos cerca de R$ 300 milhões assegurados com financiamento e o orçamento geral da União e o restante, que é cerca de R$150 milhões serão aportados dentro do orçamento público municipal”, afirma o secretário.
Depois de pronto, a prefeitura pretende reformular as áreas que hoje estão abandonadas.
Áreas abandonadas
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está desativado em Campinas há 21 anos e o abandono desse sistema tem causado problemas para a população que vive próxima às estações: sujeira, abandono e usuários de drogas que ficam nessas áreas.
Ao todo, oito pontos da cidade enfrentam problemas como mato alto, muito lixo, abandono e medo. Os moradores dessas regiões reclamam da insegurança e da falta de estrutura nesses locais próximos às estações abandonadas.
“Incomoda bastante, então o certo era a prefeitura tomar umas providências e tirar isso daí", afirma o mestre de obras e morador, Genivaldo da Silva.
Lixo acumulado, mato alto e perigo para a população, na estação abandonada do VLT, na Vila Pompéia (Foto: Reprodução/EPTV)
Na Vila Pompéia, por exemplo, os moradores convivem com muito entulho e lixo acumulado próximo às passagens de carros. Além disso, há um fosso aberto no terreno que causa perigo aos moradores da região.
Na Estação do VLT, no Jardim Aurélia, a estrutura está abandonada e com muito mato alto nas proximidades. Já na Vila Industrial, o caminho por onde passava antigo transporte coletivo virou pastagem.
Na Vila Teixeira, a falta de asfalto no local prejudica a caminhada dos moradores que precisam atravessar o local a pé, como é o caso de Taís [veja o vídeo acima]. Segundo a moradora, o chão de terra prejudica, mas o principal problema na região são os assaltos e a insegurança causada principalmente pela presença de usuários de drogas.
“Tem usuários de drogas e aí dá medo de passar aqui por esse canto”, afirma a moradora.
O VLT
Conhecido popularmente como pré-metrô, o VLT começou a funcionar em 1990 e durou até 1995, em Campinas. A primeira e única estação ligava as regiões sul e central da cidade.
Antigo VLT que circulava na cidade de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)
A construção deste transporte coletivo foi marcada por denúncias de corrupção e de superfaturamento. O projeto contemplava 11 estações, mas nem todas saíram do papel.
O VLT tinha capacidade para transportar 75 mil passageiros por dia, mas todas as linhas juntas não ultrapassavam quatro mil passageiros. Este problema ocorreu, porque as estações eram mal localizadas e não havia, de fato, integração com as redes de ônibus municipais e intermunicipais.
Por conta desses problemas, o transporte foi desativado. Hoje, 21 anos depois, o que sobrou do VLT são as antigas estações abandonadas e destruídas.
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