Sorocaba: Transporte metropolitano

02/06/2015 - Jornal Cruzeiro do Sul

EDITORIAL

Chega em boa a hora a informação de que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP) começou a redesenhar a rede de linhas e itinerários de ônibus que atende Sorocaba e os outros 25 municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Em outubro do ano passado, um decreto do governo do Estado de São Paulo transferiu para a Secretaria de Transportes Metropolitanos a gestão do transporte coletivo entre os municípios da RMS. Foi o primeiro ato efetivo voltado à recém-criada região metropolitana do Estado.

O que se vê hoje com relação ao transporte intermunicipal regional é um emaranhado de linhas de ônibus sem conexão umas com as outras, nem com o sistema de transporte público de Sorocaba. A começar pelos pontos finais das linhas intermunicipais, motivo de reclamação de muitos usuários. Na rua Pandiá Calógeras, perto da estação rodoviária de Sorocaba, chegam e partem os ônibus que atendem as cidades de Itu, Salto, São Roque, Porto Feliz e Alumínio. Não há qualquer infraestrutura para os passageiros. Há apenas um velho abrigo construído em madeira. Na avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, estão os pontos finais das linhas de Iperó, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora e Boituva. As linhas que atendem municípios mais distantes partem da rodoviária. A principal queixa de quem usa o transporte intermunicipal é a inexistência da integração tarifária e a interligação entre as linhas.

O trabalho iniciado pela EMTU/SP, uma empresa do governo estadual ligada à Secretaria dos Transportes Metropolitanos, analisará, além de novos itinerários, a questão das tarifas e equipes de fiscalização, que passarão a ser de sua responsabilidade. Outra providência da empresa pública será a vistoria das garagens, inspeção da frota circulante e iniciar a implantação de um novo padrão visual metropolitano, para que os usuários identifiquem com mais facilidade as linhas.

No trabalho de campo, também deverá começar uma pesquisa de origem e destino dos passageiros, para poder quantificá-los e adequar a frota de ônibus à demanda. Hoje, a superlotação de ônibus de algumas linhas em horários de pico, é uma das reclamações mais frequentes de quem se desloca pelos 26 municípios.

O que se espera é que com a mudança do órgão gerenciador das linhas intermunicipais, antes sob responsabilidade da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), uma autarquia do governo paulista, melhore a qualidade e segurança do serviço. De acordo com um executivo de uma das empresas já vistoriadas pela EMTU, tanto na vistoria às instalações da empresa, como nos veículos, os critérios foram muito mais rígidos do que os aplicados pela Artesp. Essa empresa já adquiriu alguns ônibus no padrão adotado pela EMTU que oferecerão mais conforto aos passageiros. Contarão, por exemplo, com tomadas para recarga de celulares, tablets e notebooks e possivelmente até o ano que vem, deverão disponibilizar internet grátis (WI-FI) aos usuários.

Com a mudança de gestão do sistema de transporte público intermunicipal, haverá mudanças também no critério de gratuidade para idosos nessas linhas, passando dos atuais 65 anos para 60. Outra boa novidade diz respeito aos estudantes. O governo estadual está trabalhando na norma que prevê gratuidade aos estudantes nas linhas intermunicipais. Ela começará inicialmente na Região Metropolitana de São Paulo para depois se expandir para as outras regiões metropolitanas.

Criada em 9 de maio de 2014, a Região Metropolitana de Sorocaba caminha a passos muito lentos. O Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) só foi criado dia 9 de maio deste ano e a Agência Metropolitana de Sorocaba (Agem Sorocaba) foi criada no final do mesmo mês. Esses dois órgãos são fundamentais para o funcionamento do polo regional. Melhorias no transporte coletivo, que independem dessa estrutura recém-criada. São um passo inicial e importante para o futuro da integração region