Revisão do BRT deve elevar custos em 30%

15/06/2015 - Correio Popular - Campinas

A revisão do projeto de implantação dos corredores de ônibus rápido em Campinas, os BRTs, apontou que a Prefeitura vai precisar de um FINANCIAMENTO maior do que os R$ 340 milhões estimados inicialmente. Os custos com as desapropriações necessárias e as alterações nas estações de transferências entre outras adequações, elevarão os preços em pelo menos 30%.

O secretário de Transportes, Carlos José Barreiro, não informou o valor atualizado porque espera ter, até o início desta semana, a validação do projeto pela Caixa Econômica Federal (CEF).

"Temos a garantia do Ministério das Cidades que o nosso projeto do BRT não será impactado pelos cortes promovidos no ajuste fiscal. Assim que o agente financeiro validar o projeto e o orçamento, começaremos a trabalhar para conseguir a complementação de recursos", disse Barreiro.

A Caixa Econômica informou que, no dia 28 de maio, recebeu da Prefeitura o projeto dos corredores ajustado e se encontra em análise. A revisão, de acordo com o banco, foi entregue no último dia 2 e está em estágio inicial de análise pela equipe técnica.

Barreiro explicou que o custo de R$ 340 milhões foi uma estimativa feita inicialmente, quando ainda não estava concluído o projeto básico do BRT.

"São estimativas feitas em cima de custos, por exemplo, de quilômetro de implantação em várias cidades. Mas só quando fazemos o projeto básico é que temos uma situação mais real de quantas pontes, viadutos, desapropriações, estações, e outros itens, serão necessários" , explicou.

Uma das alterações no projeto foi a retirada do Terminal Magalhães Teixeira como estação do BRT. A Secretaria de Transportes fez as contas e conclui que precisaria INVESTIR mais de R$ 100 milhões na remodelação do terminal para que o local pudesse receber ônibus articulados ou biarticulados. O alto custo levou a secretaria a optar por deixar esse terminal para os ônibus que irão alimentar as linhas dos BRTs.

Dois novos locais, a Avenida Campos Salles e a região do Mercado Municipal, foram estudados para receber as estações de transferências dos ônibus rápidos que farão a ligação do Centro com as regiões do Campo Grande e do Ouro Verde.

O secretário de Transportes, Carlos José Barreiro, disse que o projeto básico dos corredores foi entregue à Caixa Econômica Federal e assim que sair o aval irá publicar o edital para contratar o projeto executivo e a obra. O plano é implantar os corredores em 2016.

Barreiro disse que, como o conceito do BRT é ser troncal — linha que tem a função de ligar duas regiões por um corredor —, o problema é chegar ao Centro com esses veículos, que poderão ser articulados ou biarticulados, em uma região congestionada.

Dos R$ 340 milhões iniciais necessários à implantação do maior projeto de mobilidade da cidade, a Prefeitura conseguiu a aprovação de R$ 197 milhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), R$ 98 milhões do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 45 milhões de contrapartida da Prefeitura.

Os corredores do BRT irão atender uma população de cerca de 300 mil pessoas que vive nos eixos Centro-Campo Grande e Centro-Ouro Verde. A expectativa da Prefeitura era iniciar ainda este ano as obras, mas sucessivos atrasos com o projeto transferiram para 2016 o começo da construção.

A implantação começará pelo corredor Campo Grande — serão 17,8km de extensão saindo do Centro, seguindo pelo leito desativado do antigo VLT, John Boyd Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí.

Junto com ele, será construída uma perimetral com 4km de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do veículo leve sobre trilhos (VLT).

Outro corredor, o Ouro Verde, terá 14,4km de extensão, sairá do Centro, seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, Camucim e Terminal Vida Nova. O projeto contempla, além de uma pista exclusiva para os ônibus, estações de transferência fechadas e plataformas em nível, com embarque e desembarque pela porta esquerda do veículo.