São Paulo vai estatizar garagens de ônibus

02/02/2015 - Exame Abril

O prefeito Fernando Haddad decidiu que vai estatizar todas as garagens de ônibus do transporte municipal, segundo reportagem publicada neste sábado pela Folha de S. Paulo.

O fato de São Paulo ter um dos metros quadrados mais caros do mundo é um entrave para que mais empresas possam explorar o sistema de transporte.

A ideia da Prefeitura, de acordo com o jornal, é se apropriar das garagens e, depois, entregá-las aos vencedores de uma nova licitação, medida que deve reorganizar o transporte público paulistano.

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, Haddad também pretende mudar a exploração do transporte público. O prefeito irá optar por um novo modelo, dividido em três redes e que privilegia o fluxo de passageiros. Será divido em estrutural (corredores e grandes vias), coletores (deslocamento a áreas de grande fluxo) e intra-bairro.

A desapropriação das garagens, de acordo com a reportagem, deve começar ainda no primeiro semestre deste ano.

Nova onda de protestos

A cidade de São Paulo tem assistido ao surgimento de novos protestos contra a alta da tarifa de ônibus, apesar de a Prefeitura ter oferecido passe livre para estudantes de escolas públicas e congelado a tarifa para os bilhetes mensal, semanal e integrado com o metrô.

No início deste mês, as passagens de ônibus, trem e metrô subiram para R$ 3,50. O valor não subia desde 2011 no caso dos ônibus, e desde 2012 no caso dos trens e metrô.

Com isso, o Movimento Passe Livre (MPL) tem convocado protestos para pressionar o poder público para diminuir o valor da tarifa. No último deles, os manifestantes chegaram a levantar uma catraca de ônibus e fizeram um jogral em frente ao prédio do prefeito Fernando Haddad.

Tarifa cara

Entre 12 grandes metrópoles no mundo, a tarifa de ônibus da cidade de São Paulo é a que pesa mais na renda do trabalhador que usa o transporte público para ir e voltar do trabalho.

Por mês, 17,7% da renda de um morador da cidade de São Paulo que recebe um salário mínimo é revertida apenas para o transporte público. Em Paris, a proporção é de 4,45%.

Informações: Exame Abril

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