25/01/2015 - O Vale - S.J.dos Campos
O principal alvo dos recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal em São José é o projeto do BRT (Transporte Rápido por Ônibus), rebatizado para Mobi.
Com recursos garantidos de R$ 800 milhões, o edital para a licitação da obra, que tem valor-teto de R$ 799,7 milhões, foi lançado em outubro do ano passado, mas suspenso por tempo indeterminado no final de novembro. O motivo foram questionamentos técnicos feitos por empresas.
A Secretaria de Transporte informou ontem que ainda não há uma data definida para a reabertura da licitação. A previsão é de que as obras comecem no segundo semestre deste ano, mas isso depende do término da concorrência.
Modelo. A licitação do BRT é na modalidade RDC (Regime Diferenciado de Contratação), que tem regras próprias, diferentes da Lei de Licitações.
O RDC foi criado pelo governo federal para acelerar as obras da Copa do Mundo, mas também pode ser aplicado às obras do PAC.
"É a primeira vez que o município faz uma licitação nessa modalidade. Já esperávamos que isso poderia acontecer \[atraso na licitação\]", disse Luiz Marcelo Silva Santos, secretário de Transportes.
Sistema. O BRT é um sistema em que os ônibus trafegam em canaletas segregadas do sistema viário, com estações que permitem a cobrança antes do embarque, para aumentar velocidade operacional.
Em São José, ele terá 51,14 quilômetros de extensão e ligará todas as regiões da cidade, passando por ao menos oito grandes avenidas.
O corredor de maior extensão será o da avenida Pedro Friggi, na região leste da cidade, com 11,9 km. Ele custará R$ 167,9 milhões.
O mais curto, de 5,16 km, será o da avenida Astronautas, ao custo de R$ 28,8 milhões.
De acordo com a Secretaria dos Transportes, o BRT será implantado em etapas, mas ainda não está definido qual região da cidade será a primeira a ter o sistema.
Saiba mais
BRT = O BRT (Transporte Rápido por Ônibus) é um sistema que permite aos ônibus trafegarem em canaletas segregadas do trânsito para aumentar a velocidade operacional
Extensão = Em São José, o projeto prevê 51,14 quilômetros de extensão
Avenidas = O BRT deve passar por oito grandes corredores da cidade, ligando todas as regiões
Custo = R$ 800 milhões
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Informação é nova aposta para agilizar transporte em S. José
No dia em que tarifa de ônibus sobe para R$ 3,40, secretário Luiz Marcelo Silva Santos afirma que sistema de informações em tempo real ajudará os usuários a se programarem e ganharem tempo nas viagens
Sob pressão após conceder reajuste da passagem de ônibus de R$ 3 para R$ 3,40, que entrou em vigor hoje, a Prefeitura de São José aposta no monitoramento para melhorar o transporte coletivo.
Se a pessoa tem informação real, ela organiza a vida para não perder tempo no ponto de ônibus, disse o secretário de Transportes, Luiz Marcelo Silva Santos em entrevista exclusiva ao O VALE.
Ele admitiu que o sistema de transporte precisa de aprimoramentos, mas destacou conquistas como a integração dos ônibus e os corredores exclusivos, e garantiu que o governo Carlinhos Almeida (PT) se esforçou para conceder um reajuste da passagem que não onere o bolso dos usuários.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
Quais os critérios adotados para estabelecer em R$ 3,40 o valor da nova tarifa?
O contrato estabelece uma fórmula de cálculo. Quando a gente faz a planilha, replicamos a fórmula, levando em consideração determinados custos, mão de obra e inflação do período. Este é um lado. O outro faz a reposição. Tudo isto é estabelecido em uma fórmula.
A empresa faz a conta dela. É claro que eles buscam um valor maior para que dê para operar com mais tranquilidade e a gente faz a conta da prefeitura, tentando defender o usuário. Não tem nenhum motivo para a prefeitura fazer cálculo maior do que se entende adequado e do que o contrato exige, levando em conta o impacto na vida das pessoas. Tentamos nos limitar ao cálculo do que o contrato impõe.
Apesar ao aumento, os usuários continuam reclamando de atrasos, ônibus superlotados e falta de itinerários. Que avaliação o senhor faz do transporte coletivo?
O sistema de transportes é dinâmico. A cidade cresce e há a necessidade de levar linhas. A minha avaliação é esta. A gente tem um sistema constituído, um sistema considerado bom, mas eu tenho clareza que ele não está na forma como o usuário quer. Temos muitos passos a dar para que essas situações não aconteçam.
Mas há melhorias. O fato da espera. Existe o sentimento dos usuários da demora. Temos trabalhado isto quando a gente busca informação.
Iniciativas como do Movit, anunciada no ano passado, são para a pessoa diminuir o tempo de espera e, assim, poder ajustar a vida dela sem ter a perda de tempo para pegar o ônibus. Se ela tem informação real, ela organiza a vida para não perder este tempo.
Quanto à lotação, a informação também ajuda, porque às vezes você vê um ônibus lotado e logo atrás vem outro com um itinerário semelhante e que está bem mais vazio. Mas, como falta informação, a pessoa embarca no primeiro que passa. Isto são coisas que a prefeitura tem trabalhado para melhorar. Fazendo integração também ajuda, planejamento de linha é rotina na secretaria e tem que ser assim. A gente sabe que tem passos a dar.
É neste sentido que esta administração tem trabalhado, como a implantação dos corredores de ônibus. A gente tinha integração que era capenga e a gente garantiu a integração total. Tudo isto vai de encontro a dar um serviço melhor para atender melhor ao usuário.
O que o usuário pode esperar em curto prazo de melhorias para o transporte?
Uma coisa que já está clara é essa mudança de cultura na forma de tratar o transporte coletivo na cidade. Com este governo não retroage. Por que eu digo isto? A gente volta na questão anterior. A gente já fez opção pelo corredor, pelo bilhete e são garantias que o usuário não permitiria retroceder. E a gente está caminhando nesta lógica.
A política de mobilidade desde 2013 tem deixado de ser discussão e ganhado pontos reais, como no caso das ciclovias. A gente entregou a ligação da Borba Gato, Anchieta, ligando com Urbanova e Jardim das Indústrias. No ônibus, a gente tá trabalhando para que o Movit possa dar informações em tempo real.
De onde a prefeitura pretende tirar os R 2,6 milhões por ano para o pacote social?
Sairão do orçamento da prefeitura. Esses recursos serão alocados para poder suportar este benefício.
A lógica é a seguinte. Se você, por exemplo, entra com a política do subsídio, está injetando dinheiro para diminuir o impacto da tarifa.
Fazendo pode, por exemplo, auxiliar na questão da tarifa, mas dando para este investimento o caráter social conseguimos atender as pessoas que mais precisam, o que os subsídios não conseguem.
O que a prefeitura pretende fazer para estimular o uso dos ônibus em detrimento ao dos carros?
Isto é mudança de cultura. É melhorar o serviço. O Mobi deve nos ajudar. Não é migração simples, não é automática e precisa de conscientização.
O que nós estamos fazendo é tentar garantir a mudança de cultura com o crescimento da cidade para não viver o que as metrópoles vivem.
Estamos implantando mais ciclovias na cidade. Mas é um processo e precisa ter amadurecimento. As pessoas precisam fazer a opção e isto não é tão simples assim.
Saiba mais
Bilhete único = O atual governo implantou o bilhete único em todas as linhas em uma ação considerada positiva. Sistema permite que usuário ande até duas horas seguidas com uma mesma tarifa em diversas rotas
Corredores de ônibus = O secretário de Transportes também citou os corredores dos ônibus como um investimento voltado para dar mais fluidez aos ônibus
E-Passe = Novo sistema para a introdução de créditos nos cartões dos estudantes foi um investimento feito pelo consórcio das empresas no contrato
Novos corredores só saem com o BRT = Os pedidos da população para a chegada dos corredores de ônibus em outras regiões da cidade só serão atendidos por meio da instalação do sistema BRT (Transporte Rápido por Ônibus). A divisão segregada do meio de transporte, também chamado de Mobi, será aproveitada pela atual frota, ampliando os corredores de ônibus na cidade.
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