20/07/2014 - O Vale - São José dos Campos
Às vésperas de completar um ano no próximo dia 27, o sistema de corredores exclusivos e preferenciais para ônibus no centro de São José superou a média esperada de redução do tempo das viagens, que era de 30%.
Estudos da Secretaria de Transportes apontam que o objetivo foi superado nas avenidas São José e Madre Tereza, onde os itinerários, em média, ficaram 73% mais rápidos.
O mesmo foi verificado nas avenidas Adhemar de Barros (ganho de 69%), João Guilhermino (63%) e Francisco José Longo (34%).
Por nota, a Secretaria de Transportes afirma que a adaptação foi rápida.
"A implantação dos corredores representou ganho para os usuários em função da redução no tempo de viagem. A população se adaptou rapidamente e compreendeu o conceito do projeto."
Usuários, trabalhadores do sistema e especialistas ouvidos por O VALE corroboram o sucesso da implantação das faixas que favorecem o transporte coletivo.
Expansão. Para Flávio Mourão, especialista em planejamento urbano, os corredores deram certo e deveriam contemplar todas as regiões.
"As faixas têm de atingir toda a cidade. Temos problemas, nos horários de pico, nas regiões norte, sul, leste e oeste. Nós não temos metrô, não temos linha férrea, então as faixas são as alternativas."
Para ele, ainda falta corrigir algumas falhas. "É preciso ainda melhorar a conexão entre vans, bicicletas e ônibus, aprimorar a qualidade dos ônibus. O BRT vai fazer diferença porque vai contar com calha própria. É preciso dar igualdade de locomoção às pessoas que têm mais dificuldade, ou seja, a quem usa o transporte coletivo", afirmou.
Exclusivos. Elias Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportadores Rodoviários do Vale do Paraíba e Região, acha que todos os corredores deveriam ser exclusivos.
"Dividir com os demais veículos não traz o mesmo ganho que poderia trazer", afirmou, em relação aos corredores que são apenas preferenciais.
Embora ache que o sistema foi positivo, ele reclama que motoristas e cobradores não se beneficiaram.
"As viagens ficaram mais curtas, beneficiando os passageiros. Os trabalhadores do transporte chegam mais cedo no terminal, porém, são obrigados a fazer nova viagem. Ou seja: os itinerários ficaram mais curtos, mas estamos rodando mais, fazendo mais viagens do que antes. Acho que deveria se pensar em uma forma do sistema contemplar ganhos também para o trabalhador do transporte."
Usuários. Dez passageiros de ônibus foram ouvidos por O VALE em pontos do centro e foram unânimes em defender os corredores. Mas eles apontam falhas.
Lucas José da Silva, do Campos de São José, reclama dos longos intervalos entre um ônibus e o outro em seu bairro. "As viagens melhoraram, ficaram mais rápidas. No entanto, chego a ficar até 40 minutos esperando ônibus."
A dona de casa Ana Márcia Araújo é a favor os corredores, mas não percebeu melhorias. "Continua igual para a Vila Tesouro. Mas acho que tem que ter corredor para atender os bairros mais distantes, como o Novo Horizonte."
Corredores
O sistema tem quatro corredores de ônibus com faixas exclusivas e preferenciais a e seis com faixas somente preferenciais. Há 7,5 quilômetros de extensão de corredores.
Multas
Em 2013, foram registradas 1.600 autuações, sendo que cerca de 75% delas logo após a implantação do sistema, em julho do ano passado, ainda no início da fiscalização.
Este ano, até junho, foram registradas 115 infrações. Invadir os corredores é infração média de trânsito, com quatro pontos na carteira e multa de R$ 85,30
Fiscalização
A vistoria é feita por agentes de trânsito, que observam o movimento irregular de um veículo por mais de uma quadra, para não penalizar somente o uso para uma simples conversão
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