Prefeitura avalia cortar 1 em cada 4 linhas de ônibus

26/10/2013 - O Estado de S.Paulo

Prefeitura avalia cortar 1 em cada 4 linhas de ônibus

Atuais 1.305 itinerários devem ser reduzidos para cerca de 900; ideia é cancelar principalmente percursos extensos

Caio do Valle 

A gestão Fernando Haddad (PT) avalia cortar uma em cada quatro linhas de ônibus na capital paulista até o fim de 2016. Dos atuais 1.305 itinerários, a previsão é de que o número baixe para cerca de 900, disse nessa sexta-feira, 25, Ana Odila de Paiva Souza, diretora de Planejamento da São Paulo Transporte (SPTrans). Devem ser cancelados principalmente os percursos muito extensos, ligando os bairros ao centro.

Os cortes integram o projeto de "simplificação" do sistema de coletivos, que pretende criar uma rede moderna de ônibus, sem reduzir a frota. Com as alterações, o objetivo da Prefeitura é tornar mais dinâmicos e confiáveis os dois subsistemas que compõem a malha paulistana. O primeiro, o estrutural, funciona como uma espécie de espinha dorsal dos transportes, operando nas principais avenidas, com ônibus maiores e linhas longas, e ligando terminais distantes. Já o outro, o local, atende os bairros com veículos menores e serve para "alimentar" de passageiros o estrutural.

Atualmente, segundo Ana Odila, os intervalos nos pontos são irregulares, o que leva à falta de confiança no serviço. Com as alterações propostas pela SPTrans, haverá avanços nesse sentido, além da oferta de ônibus "maiores e melhores" e aumento de velocidade nos eixos estruturais, como, por exemplo, o da Avenida Radial Leste.

Em muitos casos, porém, os passageiros terão de fazer mais baldeações. Onde mudanças assim foram implementadas, passageiros já reclamam. Na avaliação do consultor de engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira, mestre pela USP, a Prefeitura acerta ao apostar em uma rede enxuta, apesar das eventuais reclamações.

Novos eixos. Ana Odila também disse nessa sexta-feira, 25, que a Prefeitura estuda novos itinerários nas Avenidas Caetano Álvares, Sumaré, Paulo VI, Brasil, República do Líbano e Indianópolis. Ali, uma linha passará a funcionar ainda neste ano.