12/10/2013 - Folha de SP
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Pedágio urbano é visto como solução inescapável
Responsável pela implantação do primeiro sistema de BRTs (ônibus de trânsito rápido) do mundo, o urbanista e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner disse que São Paulo "ganhou uma grande guerra" ao priorizar o transporte coletivo sobre pneus. O desafio da cidade agora, diz, é dar qualidade ao sistema.
"O carro é o cigarro do futuro", disse Lerner, 75, na quarta-feira, no Fórum de Mobilidade Urbana da Folha. "Para o cotidiano, cada vez mais teremos de apostar no transporte público."
Lerner, que também foi governador do Paraná, disse que, definida a opção pelo ônibus, é preciso "dar outro grande salto: transformar essa concepção de corredores para concepção de rede."
"Não é só uma solução de transporte", disse, ao comparar o ideal urbano a uma tartaruga: "Moradia, trabalho e mobilidade, tudo junto".
O arquiteto afirmou ainda que o BRT "não é faixa pintada". Para ele, é preciso planejar bem a estação de embarque, pois é muito difícil fazer um sistema de qualidade com pontos de ônibus "junto ao meio-fio".
"Não é fazer um abrigo, não é fazer todo mundo, num ônibus biarticulado, embarcar pela catraca. A catraca é imbecilidade no caso de transporte de massa."
Desde o início do ano, o prefeito Fernando Haddad criou 224 km de faixas exclusivas para ônibus. Parte está incluída nos 150 km de BRT que o petista promete entregar até o final de 2016.
Em tom descontraído, o ex-prefeito curitibano disse que os moradores da capital paulista têm uma visão excessivamente negativa da cidade.
"O paulistano tem prazer em dizer que a cidade não tem jeito", brincou.
Além de Lerner, participaram do painel "Eficiência no Transporte Urbano" o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente da Volvo Bus Latin America, Luís Carlos Pimenta.
Pimenta destacou como tendência a implantação de ônibus elétricos. Segundo ele, o segmento tem investido muito nessa tecnologia.
No ano passado, foi lançado o primeiro ônibus híbrido elétrico em São Paulo, que permite renovação da energia e melhor rendimento se comparado ao biodiesel.
"As novas soluções nesse sentido buscam sustentabilidade ambiental e econômica. Os combustíveis fósseis serão cada vez mais escassos e a poluição urbana deve aumentar", afirmou.
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