30/09/2013 - G1 RJ
A tecnologia está reforçando a fiscalização do transporte público do Rio. Um aparelhinho discreto, capaz de acompanhar de longe o comportamento dos motoristas no trânsito já começou a ser instalado em ônibus e vans da cidade. O sistema é bem parecido com um que já existe em Nova York, nos Estados Unidos, como mostrou o Bom Dia Rio.
Aonde a van vai, o sinal vai atrás. Se o motorista parar, estiver na pista errada ou até mudando a rota o técnico fica sabendo na hora. "Nós temos relatório de fuga de rota", contou Cláudio Ferraz, coordenador de Transporte Complementar.
Tudo graças ao GPS instalado nas vans, um equipamento que manda o tempo todo sinais capazes de revelar qualquer movimento dos veículos. Ele funciona como um dedo-duro eletrônico: se o motorista sair da linha, a fiscalização pode agir imediatamente.
"A velocidade com que estes veículos circulam, assim como o cumprimento dos turnos compactuados no processo licitatório, do itinerário dos quais aos quais eles são obrigados a fazer a circulação", informou Cláudio Ferraz.
O sistema de controle por satélite foi adotado depois do aumento de roubos e ataques a passageiros de vans.
Uma turista foi estuprada em março de 2012, depois de embarcar em uma van na zona sul do Rio. Outro ataque aconteceu em abril, também em 2012, quando uma mulher foi violentada no bairro de Vista Alegre, em São Gonçalo.
Além da ação de criminosos, é grande a quantidade de reclamações por causa de vans que pegam passageiros fora dos pontos e que saem da rota prevista.
Hoje, existem 4,5 mil vans no Rio de Janeiro e apenas 66 já tem o localizador instalado nas linhas Rocinha-Leblon e Vidigal-Leblon. Já nos 8,8 mil ônibus que rodam pela cidade, o sistema de monitoramento por GPS está funcionando em todos os veículos.
Com o sistema de controle por satélite, os fiscais já advertiram e até multaram motoristas que cometeram infrações.
Em Nova York, nos Estados Unidos, a prefeitura mandou instalar há seis anos um equipamento de GPS em cada um dos 13 mil táxis da cidade. Com o sistema, as autoridades já descobriram crimes milionários.
Com os equipamentos, a prefeitura de Nova York descobriu em 2010 um golpe que era comum entre os motoristas; eles cobravam mais caro por corridas feitas dentro da ilha de Manhattan. Eles só poderiam fazer isso se os carros estivessem andando no Subúrbio, do lado de fora da ilha.
De cada dez motoristas de Nova York, sete deram o golpe pelo menos uma vez. Num total de US$ 8 milhões roubados de turistas e moradores da cidade durante dois anos, um escândalo que acabou com processos contra três mil taxistas.
Atualmente, nos famosos táxis amarelos, o passageiro tem controle total da corrida. Quando o passageiro entra no carro, ele tem acesso a todas as informações sobre a corrida na tela.
A coordenadora do projeto contou que o sistema de Nova York é ligado aos satélites e à internet, dá pra saber por onde os táxis andaram em cada corrida e também quanto foi cobrado de cada passageiro.
O baiano Nelson Nascimento trabalha há 15 anos como motorista de táxi em Manhattan. Acostumado com o rigor das leis e vigiado de perto pelos equipamentos eletrônicos, ele sabe bem o que acontece com motoristas metidos a espertalhões.
"Você não pode pisar na bola, tem que ser super honesto e fazer as coisas direitinhas conforme manda a prefeitura, senão, é cadeia na certa", disse o taxista brasileiro.
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