Novo Bilhete Único vai usar sistema biométrico em SP


14/04/2013 - Folha de SP

O Bilhete Único Mensal, promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), usará a leitura de digitais para tentar evitar fraudes, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.

O usuário pagará um valor que vai girar em torno de R$ 140 para usar quantos ônibus quiser num mês. O valor ainda depende do reajuste da tarifa, hoje em R$ 3, que deve ocorrer em junho.

No início do ano, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, havia anunciado a introdução do sistema biométrico, o que ainda não tem data para ocorrer.

No último dia 2, sem dizer quando o sistema de digitais vai começar a funcionar, Jilmar Tatto afirmou ao anunciar o início do cadastramento para o Bilhete Único Mensal que o novo bilhete passará a valer em novembro e que já estará preparado para a leitura de digitais.

A prefeitura não soube detalhar, porém, quanto planeja gastar na implementação da leitura biométrica e se ela terá de ser feita por todos os usuários do Bilhete Único.

Além disso, o sistema precisa abrir exceções para quem tem uma digital falha por algum motivo específico.

Nesse caso, o que ocorre é a impossibilidade ou dificuldade de identificação de pessoas que sofreram perda das digitais por desgaste da pele.

O médico Vitor Manuel da Silva Reis, coordenador do departamento de doenças dermatológicas da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o contato diário com materiais abrasivos produz um desgaste na ponta dos dedos que pode provocar a perda das digitais.

Reis diz que esse tipo de problema ocorre principalmente com pessoas que lavam muita louça no dia a dia e trabalhadores da construção civil que mexem com cimento, cal e ácido.

RECOMENDAÇÃO

Além disso, em alguns casos, a perda de digitais pode ocorrer devido a queimaduras nas pontas dos dedos.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo recomenda que, em alguns casos de lesão permanente, pacientes atestem a ausência de digitais em consultório médico e registrem o documento na secretaria.

"Você fica sem conseguir diferenciar um indivíduo do outro só pelas digitais", diz o médico Silva Reis.