30/03/2013 - Folha de SP
A maioria das linhas de ônibus de São Paulo cujos trajetos incluem a passagem por corredores exclusivos usa só trechos curtos dessas vias.
Na prática, isso representa um entra e sai constante nos corredores, o que prejudica a fluidez geral dos coletivos e contribui para os baixos índices de velocidade.
Conforme a Folha mostrou há duas semanas, a velocidade média dos ônibus nos corredores caiu em 2012. Nos picos da manhã e da tarde, ficou abaixo dos 14 km/h.
Segundo especialistas, um dos motivos é o excesso de linhas. Das mais de 800 linhas que usam corredores, metade percorre menos de 10% da extensão deles, segundo a SPTrans (empresa municipal que gerencia o transporte). A situação é a mesma no sentido do centro ou do bairro.
"São ônibus que entram no corredor, andam uma ou duas quadras e já saem, o que acaba interferindo no comportamento do corredor, tirando sua capacidade", afirma Maurício Lima, do quadro técnico da SPTrans.
A conclusão vai orientar mudanças que a prefeitura pretende fazer, retirando linhas dos corredores, para tentar elevar a velocidade.
Para Aílton Brasiliense Pires, presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), o sistema atual, desenhado há uma década, está defasado.
"O patamar econômico não é o mesmo, e o número de usuários e de viagens cresceu muito. É preciso racionalizar a oferta de ônibus no corredor, para atender o usuário."
O consultor Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP, diz que o entra e sai existe porque a cidade tem poucos corredores.
TRÂNSITO
Além de prejudicar os corredores, o entra e sai dos ônibus também atrapalha o trânsito dos outros veículos.
"Atrapalha muito. E há mais chance de acidente", diz o conferencista Thiago César, 28, que usa a avenida Manoel Barbosa, na zona norte. A via faz parte do corredor Pirituba-Lapa-Centro, o campeão da mudança de faixa.
No corredor da avenida Rebouças e rua da Consolação, os ônibus precisam forçar passagem para sair da faixa exclusiva, à esquerda, cruzar três faixas e acessar vias como a Paulista ou a Doutor Arnaldo, do outro lado.
Como os ônibus são mais lentos, é prática comum os cobradores colocarem o braço pela janela para pedir espaço aos motoristas.
"Deveria haver faixa de ultrapassagem, para não prejudicar os ônibus que seguem, e semáforo de troca de faixa", afirma Figueira. Segundo ele, o aparelho alternaria o sinal verde. "Aí, os ônibus saem sozinhos e não precisam ficar disputando com os carros."
Prefeitura diz que vai mudar 1/3 das linhas da cidade
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, diz que vai mudar um terço das 1.350 linhas de ônibus da cidade, iniciando por aquelas que utilizam os corredores.
A ideia é que poucas linhas fiquem nos corredores, com mais ônibus, para cumprir uma das cem metas da gestão Fernando Haddad (PT): elevar a velocidade dos ônibus de 14 km/h para 25 km/h.
"Foram colocando e hoje tem mais linhas nos corredores do que fora. Temos de cortar. É impossível operar assim", diz Ana Odila de Paiva Souza, diretora da SPTrans.
Outras mudanças vão ocorrer com a nova licitação do transporte coletivo, que deve ser lançada em breve.
Mas o plano depende da construção de mais corredores -a meta é viabilizar mais 150 km- e mais terminais (a promessa é fazer 14).
"Não vamos licitar linhas, é uma licitação do sistema. Vamos determinar um intervalo para os ônibus e as empresas terão que se organizar", afirma Tatto.
Para aumentar a fiscalização, será obrigatório que todos os carros tenham rastreador funcionando para circular -hoje, não é preciso.
A maioria das linhas de ônibus de São Paulo cujos trajetos incluem a passagem por corredores exclusivos usa só trechos curtos dessas vias.
Na prática, isso representa um entra e sai constante nos corredores, o que prejudica a fluidez geral dos coletivos e contribui para os baixos índices de velocidade.
Conforme a Folha mostrou há duas semanas, a velocidade média dos ônibus nos corredores caiu em 2012. Nos picos da manhã e da tarde, ficou abaixo dos 14 km/h.
Segundo especialistas, um dos motivos é o excesso de linhas. Das mais de 800 linhas que usam corredores, metade percorre menos de 10% da extensão deles, segundo a SPTrans (empresa municipal que gerencia o transporte). A situação é a mesma no sentido do centro ou do bairro.
"São ônibus que entram no corredor, andam uma ou duas quadras e já saem, o que acaba interferindo no comportamento do corredor, tirando sua capacidade", afirma Maurício Lima, do quadro técnico da SPTrans.
A conclusão vai orientar mudanças que a prefeitura pretende fazer, retirando linhas dos corredores, para tentar elevar a velocidade.
Para Aílton Brasiliense Pires, presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), o sistema atual, desenhado há uma década, está defasado.
"O patamar econômico não é o mesmo, e o número de usuários e de viagens cresceu muito. É preciso racionalizar a oferta de ônibus no corredor, para atender o usuário."
O consultor Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP, diz que o entra e sai existe porque a cidade tem poucos corredores.
TRÂNSITO
Além de prejudicar os corredores, o entra e sai dos ônibus também atrapalha o trânsito dos outros veículos.
"Atrapalha muito. E há mais chance de acidente", diz o conferencista Thiago César, 28, que usa a avenida Manoel Barbosa, na zona norte. A via faz parte do corredor Pirituba-Lapa-Centro, o campeão da mudança de faixa.
No corredor da avenida Rebouças e rua da Consolação, os ônibus precisam forçar passagem para sair da faixa exclusiva, à esquerda, cruzar três faixas e acessar vias como a Paulista ou a Doutor Arnaldo, do outro lado.
Como os ônibus são mais lentos, é prática comum os cobradores colocarem o braço pela janela para pedir espaço aos motoristas.
"Deveria haver faixa de ultrapassagem, para não prejudicar os ônibus que seguem, e semáforo de troca de faixa", afirma Figueira. Segundo ele, o aparelho alternaria o sinal verde. "Aí, os ônibus saem sozinhos e não precisam ficar disputando com os carros."
Prefeitura diz que vai mudar 1/3 das linhas da cidade
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, diz que vai mudar um terço das 1.350 linhas de ônibus da cidade, iniciando por aquelas que utilizam os corredores.
A ideia é que poucas linhas fiquem nos corredores, com mais ônibus, para cumprir uma das cem metas da gestão Fernando Haddad (PT): elevar a velocidade dos ônibus de 14 km/h para 25 km/h.
"Foram colocando e hoje tem mais linhas nos corredores do que fora. Temos de cortar. É impossível operar assim", diz Ana Odila de Paiva Souza, diretora da SPTrans.
Outras mudanças vão ocorrer com a nova licitação do transporte coletivo, que deve ser lançada em breve.
Mas o plano depende da construção de mais corredores -a meta é viabilizar mais 150 km- e mais terminais (a promessa é fazer 14).
"Não vamos licitar linhas, é uma licitação do sistema. Vamos determinar um intervalo para os ônibus e as empresas terão que se organizar", afirma Tatto.
Para aumentar a fiscalização, será obrigatório que todos os carros tenham rastreador funcionando para circular -hoje, não é preciso.
Comentários
Postar um comentário