03/04/2012
Muito boa a notícia de que a Prefeitura vai lançar plano de corredores de ônibus. É de 1975 o Plano Sistran, da gestão Olavo Setubal, que propunha a implantação de 280 km de corredores operados por trólebus, reduzindo ruído, eliminando a poluição e economizando energia. Nesses corredores seriam utilizados quase 2 mil veículos.
Na sequência, o projeto perdeu impulso e sofreu mutilações. O que sobrou, feito nos quase 40 anos que se seguiram, foi meia dúzia de corredores precários, onde os ônibus movidos a combustível se acumulam em filas de 20 a 30 carros, nos horários de pico. Oxalá os novos corredores sejam, de fato, exclusivos para o transporte coletivo troncal, com ônibus movidos a eletricidade e/ou hidrogênio.
Enquanto o tempo passou, a cidade congestionou-se cada vez mais, a ponto de se avaliarem os custos diretos e indiretos desse congestionamento, na Região Metropolitana, em torno de R$ 40 bilhões por ano! Hoje temos um sistema de transporte público de elevada capacidade (cerca de 70 mil passageiros por hora/sentido), mas transporta apenas 12% das viagens totais, ficando os restantes 88% (conforme pesquisa OD de 2007) a cargo de um sistema de ônibus de baixa capacidade, misturados com os 7 milhões de automóveis, incapaz de atender a demandas maiores do que 10 mil a 15 mil passageiros por hora. No meio disso, uma gritante ausência de um sistema público de média capacidade (30 mil a 40 mil passageiros) que permita substituir o transporte individual, como se vem fazendo no mundo inteiro. Os corredores farão esse papel, custando muito menos do que o transporte de massa, desnecessário em muitas regiões, e implantando-se com muito maior rapidez.
A solução para a crise é investir em corredores e ampliar a rede metroviária simultaneamente, já que é reconhecidamente escassa em São Paulo. Simples assim. Está de parabéns a Prefeitura. Oxalá o seu propósito se converta em realidade.
Adriano M. Branco é ex-secretário de Estado dos Transportes
Muito boa a notícia de que a Prefeitura vai lançar plano de corredores de ônibus. É de 1975 o Plano Sistran, da gestão Olavo Setubal, que propunha a implantação de 280 km de corredores operados por trólebus, reduzindo ruído, eliminando a poluição e economizando energia. Nesses corredores seriam utilizados quase 2 mil veículos.
Na sequência, o projeto perdeu impulso e sofreu mutilações. O que sobrou, feito nos quase 40 anos que se seguiram, foi meia dúzia de corredores precários, onde os ônibus movidos a combustível se acumulam em filas de 20 a 30 carros, nos horários de pico. Oxalá os novos corredores sejam, de fato, exclusivos para o transporte coletivo troncal, com ônibus movidos a eletricidade e/ou hidrogênio.
Enquanto o tempo passou, a cidade congestionou-se cada vez mais, a ponto de se avaliarem os custos diretos e indiretos desse congestionamento, na Região Metropolitana, em torno de R$ 40 bilhões por ano! Hoje temos um sistema de transporte público de elevada capacidade (cerca de 70 mil passageiros por hora/sentido), mas transporta apenas 12% das viagens totais, ficando os restantes 88% (conforme pesquisa OD de 2007) a cargo de um sistema de ônibus de baixa capacidade, misturados com os 7 milhões de automóveis, incapaz de atender a demandas maiores do que 10 mil a 15 mil passageiros por hora. No meio disso, uma gritante ausência de um sistema público de média capacidade (30 mil a 40 mil passageiros) que permita substituir o transporte individual, como se vem fazendo no mundo inteiro. Os corredores farão esse papel, custando muito menos do que o transporte de massa, desnecessário em muitas regiões, e implantando-se com muito maior rapidez.
A solução para a crise é investir em corredores e ampliar a rede metroviária simultaneamente, já que é reconhecidamente escassa em São Paulo. Simples assim. Está de parabéns a Prefeitura. Oxalá o seu propósito se converta em realidade.
Adriano M. Branco é ex-secretário de Estado dos Transportes
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