Prefeitura de SP quer construir corredor de ônibus na Radial Leste

10/01/2011 13h04 - G1 SP - Juliana Cardilli

Corredor teria 7 km e deve ter obras apenas em 2012.
Construção leva em conta demanda na região para Copa de 2014.

marcelo branco
Secretário de Transportes anunciou construção de
corredor de ônibus na Radial Leste (Foto: Juliana
Cardilli/G1)

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (10) a intenção de construir um corredor de ônibus na Radial Leste como um dos investimentos integrantes do plano de atuação da Secretaria Municipal de Transportes para 2011. De acordo com o secretário Marcelo Cardinale Branco, o corredor deve sair do Centro da cidade e ter cerca de 7 km de extensão. A expectativa é que a licitação para as obras esteja em andamento até o fim deste ano, permitindo a realização de boa parte das obras em 2012.

O trajeto total ainda não foi definido pela secretaria. “Nós temos um componente que é importante, que é a questão da Copa do Mundo naquela região. E temos a questão de visão de conjunto com o Metrô. Nós vamos definir em conjunto qual será o trecho que nós devemos atender”, explicou o secretário, citando a possibilidade de o estádio do Corinthians, que será construído em Itaquera, sediar jogos do campeonato mundial de futebol em 2014.

A secretaria também anunciou a construção e requalificação de outros 11 corredores – o investimento total para 2011, incluindo o corredor da Radial Leste, será de R$ 152 milhões. Também serão feitas obras para o aumento de velocidade dos atuais corredores – a meta é aumentá-la em 15%, o que corresponderia a um complemento de mais de 2 mil veículos na atual frota de 15 mil ônibus.

Também está prevista a construção de cinco novos terminais de ônibus urbanos, a requalificação de outros sete já existentes e a construção de dois terminais rodoviários. Em alguns casos, a Prefeitura pretende licitar e realizar as obras ainda em 2011.

Remanejamento de valores
A secretaria determinou como foco três pontos – aumento da mobilidade, mudança da matriz energética e redução de acidentes e mortes no trânsito. Os investimentos em cada área serão de R$ 263 milhões, R$ 89 milhões e R$ 57 milhões, respectivamente. Para isso, será necessário um valor adicional ao orçamento previsto de R$ 205 milhões para a São Paulo Transporte (SPTrans) e R$ 147 milhões para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Parte do valor será remanejado do que irá sobrar em relação ao pagamento de subsídios das passagens de ônibus por parte da Prefeitura para as empresas, que foi reduzido com o aumento da passagem para R$ 3. “Parte expressiva vem do valor da nova tarifa. O subsídio será de R$ 520 milhões e o valor previsto sem o aumento era de R$ 743 milhões. Vamos fazer o remanejamento para a Secretaria de Transportes”, explicou o prefeito Gilberto Kassab.

Outros pilares
Em relação à matriz energética, o secretário Branco informou que o objetivo da secretaria é aumentar o uso de tecnologias e combustíveis limpos, com o aumento do uso de ônibus híbridos e movidos a etanol, a renovação dos trólebus e a modernização da rede e o estudo de uma tarifa diferenciada para os veículos elétricos.

No caso da redução dos acidentes e mortes no trânsito, o objetivo é reduzir o número de vítimas fatais em 10% em 2011 – o valor registrado em 2010, ainda não fechado, foi de 1,3 mil mortes. Ciclistas e pedestres, as principas vítimas de atropelamentos, são o foco da secretaria.

Para os ciclistas, está prevista a construção de 24 km de ciclovias e a implantação de 12 km de ciclofaixas adicionais às já existentes. Os investimentos serão de R$ 32,4 milhões.

A secretaria também quer fazer uma campanha de proteção ao pedestre, com mudanças em alguns pontos críticos – já foram verificados 15, sendo que cinco deles devem ser tratados ainda este ano. Outra mudança a ser feita é na velocidade máxima dos veículos – a Prefeitura quer deixá-las mais padronizadas para facilitar a identificação dos motoristas.

“A ideia é que você tenha um menor número de velocidades máximas permitidas dentro da cidade. Grandes corredores, como as marginais, terão uma determinada velocidade; corredores de uma segunda categoria, como a Avenida 23 de maio, uma outra velocidade. O foco principal é que as pessoas saibam de forma mais intuitiva e respeitem de forma mais intuitiva”, explicou Branco. Segundo ele, não haverá aumento de velocidade, e, sim, redução em alguns casos. Nas marginais não está prevista alteração.