20/12/2010 - por blogpontodeonibus
Ônibus Marcopolo Viale / Tuttotrasporti com equipamentos de tração a hidorgênio importados já leva passageiros em testes
Testes com ônibus a hidrogênio têm surpreendido EMTU
Consumo do veículo em trechos do Corredor ABD é menor do que o previsto
A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – tem até o momento se mostrada satisfeita com as análises preliminares do desempenho e do consumo do ônibus a hidrogênio que começou, a título de testes, transportar passageiros desde a última quinta-feira, dia 12 de dezembro.
A média estimada de consumo é de 15 quilos de hidrogênio a cada 100 quilômetros percorridos, mas em alguns trechos do Corredor entre São Mateus, zona Leste da Capital Paulista, e Jabaquara, na zona Sul de São Paulo, passando pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, a média de consumo chega a ser inferior a isso. Assim, as operações com ônibus a hidrogênio podem sair mais baratas que o estimado, embora ainda com valor elevado.
É que apesar de ser considerado o primeiro ônibus hidrogênio brasileiro, do Brasil mesmo ele só tem a carroceria, Marcoplo Viale, e o chassi, da Tuttotrasporti.
A célula de combustível de hidrogênio, os tanques reservatórios que ficam sobre o ônibus, os cilindros e o motor elétrico, entre outras peças de alto valor, ainda são de outros países.
O desenvolvimento do ônibus a hidrogênio para circular no corredor da EMTU, operado pela Metra, custou US$ 16 milhões e contou com recursos do PNUD, que é o fundo de desenvolvimento das Nações Unidas, Ministério de Minas e Energia, além de entidades ligadas à tecnologia e meio ambiente.
O ônibus a hidrogênio circula em períodos e trechos alternados do Corredor que serve o ABC Paulista e desde a última quinta-feira transporta passageiros.
O valor da tarifa é normal, sendo aceito somente o bilhete magnético de R$ 2,65.
O veículo só não opera ainda em horários de pico.
MAIS HIDROGÊNIO:
A EMTU estima que até 2012 mais três ônibus a hidrogênio comecem a operar no Corredor que liga a região do ABC Paulista à partes das zonas Sul e Leste de São Paulo.
Para isso, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos aguarda que haja incentivo à indústria nacional para que boa parte dos componentes hoje importados seja produzida no Brasil, o que diminuiria os custos de aquisição e manutenção dos ônibus.
O ônibus hidrogênio reduz 100% a emissão de poluentes, como o trólebus, com a vantagem de ser flexível, sem depender de fios de rede aérea.
Sua tração é elétrica.
Simplificando como ocorre o funcionamento do ônibus, os tanques colocados em cima do veículo enviam o hidrogênio até a célula de combustível. Pela eletrólise, é realizada a separação do hidrogênio e do oxigênio.
Neste processo há geração de energia elétrica, que é captada pelo motor de tração, fazendo o ônibus funcionar.
O subproduto da eletrólise é transformado em vapor d’água.
O ônibus possui baterias de alto desempenho para captação e armazenamento de energia elétrica.
Isso garante funcionabilidade em trechos que possam exigir mais esforço do sistema ou mesmo autonomia para o ônibus andar, mesmo com a geração de energia na célula de combustível interrompida.
As baterias garantem uma autonomia sem geração de energia de 30 quilômetros, mais do que o suficiente para o ônibus voltar à garagem, levando em conta que o trecho do corredor onde opera tem 33 quilômetros e o pátio fica quase no meio do percurso.
A energia também é aproveitada pelo sistema denominado frenagem regenerativa, como o suado na Fórmula 1.
A energia extra que não é utilizada nos momentos de frenagem pelo fato do ônibus ser menos exigido e também a gerada pelo atrito entre os freios e a roda é levada para as baterias de armazenamento.
O ônibus possui 9 tanques de hidrogênio, que juntos totalizam 45 quilos de combustível, o que, só de hidrogênio dá uma autonomia de 300 quilômetros percorridos.
Como as condições de relevo e pavimento do corredor são melhores que em situações normais, o rendimento, por enquanto, tem se mostrado superior.
A população tem aprovado. É mais conforto e menos barulho.
Adamo Bazani.
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