Circular da USP vai ter integração com metrô e trem

06/10/10 - O Estado de São Paulo


A Universidade de São Paulo (USP) vai reformar seu sistema de transporte para integrá-lo à futura Estação Butantã da Linha 4 - Amarela do Metrô, prevista para o próximo mês. A principal mudança será a criação de uma linha de ônibus especial da instituição, que, pela primeira vez, vai rodar fora do campus. A previsão é que o serviço seja gratuito para a comunidade universitária e comece a funcionar com o Metrô Butantã.

O projeto da USP prevê que a nova linha circule pela região do Largo da Batata, em Pinheiros, passe pela futura Estação Butantã e faça na Cidade Universitária o trajeto feito hoje pelo "Circular 2". Será uma espécie de terceira linha circular - as duas existentes são internas e gratuitas. A Estação Hebraica/Rebouças da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também está no trajeto da linha.

Na época do planejamento da Linha Amarela, chegou a ser cogitada hipótese de uma estação na USP, mas a universidade recusou a ideia. Já a proposta de passar pelo Largo da Batata, segundo a USP, surgiu pelo local ser de confluência de ônibus. "É uma mudança muito radical. Imagine vir da zona leste até aqui em meia hora?", afirmou ao Estado o reitor João Grandino Rodas. "Pegar outro ônibus para percorrer esses dois quilômetros até a USP não tinha sentido. Criar essa linha é uma necessidade."

Os ônibus da nova linha devem circular em intervalos de dez minutos e fazer um trajeto de 20 quilômetros. Nos dias úteis, funcionarão nos mesmos horários dos circulares, que, a princípio, não seriam cortados: das 6h10 às 23h55. Aos sábados e domingos, das 7h às 16h. A ideia também é dar segurança aos alunos de cursos noturnos e aliviar estacionamentos. "Queremos estimular o não uso do automóvel. Quanto melhor e mais confortável for essa linha, atrairemos mais e mais usuários", disse José Sidnei Martini, prefeito da Cidade Universitária.

Parceria.

A nova linha deve vir de parceria entre a USP e a São Paulo Transporte (SPTrans), que atualmente analisa o projeto para definir demanda e custos. A universidade afirma que, se necessário, desembolsará uma verba complementar para que não haja cobrança da passagem de alunos e funcionários. A ideia é que os demais usuários paguem para usar a linha. Também está em análise como seria garantida a gratuidade. Uma das possibilidades é que estudantes e trabalhadores da universidade apresentem o cartão USP.
A principal dúvida é quem vai arcar com a manutenção. Apesar de a USP se dispor a bancar a gratuidade de estudantes e servidores, estima-se que a linha necessite de demanda própria para sobreviver. A dúvida é quem seriam os interessados. A SPTrans informou que "está avaliando a viabilidade das propostas". Também estuda novas linhas entre o campus e o Metrô Butantã.